A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) inaugurou, nesta semana, dois simuladores de trens: um irá funcionar em uma escola técnica da Lapa e o outro no prédio administrativo de Presidente Altino, em Osasco. O equipamento, desenvolvido pela empresa espanhola Lander, serve para treinamento de novos maquinistas, reciclagem dos que trabalham há mais tempo na companhia e também para outras pessoas que atuam na área operacional.
Da cabine do simulador, o "aluno" opera os aparelhos, semelhantes aos que existem no trem verdadeiro, exatamente como se estivesse dirigindo uma composição. Num telão, à sua frente, aparecem os trilhos, as estações, plataformas, passageiros, os prédios e tudo aquilo que há realmente nas margens dos 240 quilômetros de linhas da CPTM, na Grande São Paulo, como se tudo fosse real. Trata-se de um sistema, totalmente computadorizado, similar aos utilizados na aviação e no automobilismo.
O gerente de operações da CPTM, Francisco Pierrini, conta que o tempo de treinamento de novos maquinistas, que antes demorava cerca de seis meses, agora se reduzirá à metade. Antes, os exercícios de treinamento eram feitos com um trem verdadeiro, por isso exigia mais tempo até o profissional adquirir plenas condições de trabalho. Ele explica que o simulador já está munido de informações técnicas sobre o funcionamento de cinco séries (tipos) de trens da empresa, as mais novas em operação.
Treinamento para todos
Em dezembro, a empresa admitiu 186 novos maquinistas, aprovados em concurso público do ano passado. Esses novatos já serão treinados no simulador. No entanto, assegura Pierrini, a intenção é levar o treinamento no aparelho a todos os cerca de 1,4 mil maquinistas que atuam na companhia, porque, quando há mudança do tipo de trem, este profissional tem de ser reciclado para aprender a conduzir a nova composição. "Nosso lema será capacitação para os novos e especialização para os demais", diz o gerente de operações.
A supervisora de tração, cargo equivalente à chefia de maquinistas, Elisabeth Quintiliano, foi treinada pelo fabricante espanhol para dirigir o simulador, função chamada de instrutora. É ela que estabelece as condições em que o "aluno" vai trabalhar no equipamento. Com experiência anterior de 15 anos como maquinista na CPTM, antes de alcançar a chefia, Elisabeth aciona no sistema diversas situações complicadas que o profissional poderá encontrar na realidade.
Ela vai simular problemas como chuva, neblina, sol, defeitos no trem, abrir e fechar de portas, circulação de passageiros, pessoa ou animal no trilho, pedras ou qualquer outro obstáculo nas vias, etc. É uma série de situações, criadas e manipuladas por Elisabeth. O maquinista vislumbra tudo na tela, inclusive com os sons característicos; deve então manusear os aparelhos da cabine para enfrentar e contornar o transtorno virtual como se estive operando uma composição de verdade.
Elisabeth também vai ensinar o que aprendeu a simular no sistema a seus outros colegas, supervisores como ela, para que eles atuem no futuro como multiplicadores para todos os maquinistas que passarem pela simulação. Ela trabalha nas linhas 8 e 9 da CPTM, chefiam o trabalho de cerca de 360 maquinistas, ao lado de outros 23 supervisores.
Da Agência Imprensa Oficial
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