A China propôs à Colômbia a construção de uma estrada de ferro com trens de alta velocidade de 220 quilômetros de extensão, ligando o Atlântico ao Pacífico.
Não é a primeira vez que se fala na possibilidade de criar vias alternativas ao canal do Panamá. Mas o projeto chinês tem ainda o mérito de mostrar como a China é variada nas formas de extensão da sua influência, inclusive em nosso continente. Os costarriquenhos, por exemplo, estão encantados com o estádio de futebol que os chineses construíram para eles.
Já é dito que o charuto cubano será salvo pelos fumantes chineses e não por medidas que os Castros adotarem. As compras da China tiraram dos alemães a condição de terceiros em volume de encomendas à Habanos SA. A tendência é a de que as importações chinesas continuem aumentando e ajudem Cuba a enfrentar leis anti-tabagistas que surgem por todos os lados.
As vendas cubanas totalizam no momento US$ 370 milhões.
Quanto aos planos de ligar o Pacifico ao Atlântico, eles têm aparecido e ao mesmo tempo desaparecido desde à construção do Canal do Panamá em 1914 ou mesmo antes, no século 19.
Os ingleses projetaram construir em Honduras, em 1868, uma via de comunicação entre Puerto Cortez e o Golfo de Fonseca, entre dois oceanos, mas poucos quilômetros saíram do papel.
A história registra que o projeto naufragou em "maciça corrupção".
Honduras volta à cena com a decisão de juntar-se ao consórcio inglês K Group Inc em estudos que digam se é ou não "viável" abrir via de comunicação entre o Caribe Atlântico e o Pacífico. Seria uma ferrovia de 400 quilômetros, com trens de alta velocidade.
A Nicarágua tem pensado em uma abertura passando pelo lago Manágua.
Mas de todos os projetos, o da China, em parceria com a Colômbia, é considerado o mais provável de sair do papel. Não só porque a China tem dólares sobrando. Um protocolo já foi assinado e criar alternativas ao canal do Panamá tem um significado político, o de penetrar em área de influência dos Estados Unidos.
02/06/2011 - Folha de S.Paulo
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