“A mobilidade urbana não acompanhou o desenvolvimento nacional. Estamos tratando do tema de uma forma irracional”, afirmou Jurandir Fernandes, secretário estadual de Transportes Metropolitanos durante a apresentação do painel Mobilidade Urbana: crescimento da demanda e os grandes eventos esportivos, durante o 6º Encontro de Logística e Transporte da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
De acordo com o secretário, os investimentos em infraestrutura precisam estar atrelados aos projetos de ocupação do solo, evitando com isso a alta concentração de habitantes em uma determinada região. Exemplo disso é a Macrometrópole Paulista, composta por 150 municípios que concentram 30 milhões de habitantes e representam 15% da população nacional distribuída em 0,7% da superficie brasileira.
Fernandes informou que São Paulo investirá R$ 478 milhões em obras de mobilidade urbana, até 2014.
Entre os projetos está a construção de um monotrilho que interligará linhas de metrôs, trem e ônibus intermunicipais, transportando 340 mil passageiros por dia. “São Paulo não deve pensar pontualmente na Copa do Mundo de 2014, mas nos projetos de mobilidade urbana que sirvam para o futuro dos moradores”, ponderou o Fernandes.
Opinião compartilhada por Delmo Pinho, sub-secretário de Transporte do estado do Rio de Janeiro. O palestrante apresentou as estratégias da cidade carioca, que cediará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, em 2016.
Conforme Pinho, o governo do Rio de Janeiro adotou uma estratégia de atrair eventos esportivos de classe mundial para capitalizar recursos para execução de projetos de infraestrutura e mobilidade urbana. Segundo ele, o estado investirá cerca de R$ 15 bilhões em melhorias do transporte público, com foco na construção de corredores estruturuais, na restrição seletiva do transporte individual, e também no cidadão.
“Qualidade, eficiência e conveniência no transporte público são fundamentais para motivar a população a deixar seus carros em casa e evitar engarrafamento”, garantiu o sub-secretário.
Transporte Público
Marcos Bicalho, superintendente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), acredita que o Brasil não terá dificuldade para sediar os eventos esportivos. Porém, afirmou que os investimentos em transporte público de qualidade serão primordial para viabilizar a mobilidade urbana nas grandes cidades.
Conforme ele, a cidade de São Paulo perde, em média, R$ 3 bilhões/ano, por conta dos congestionamentos.
O palestrante sugere ações restritivas para o transporte individual, responsável por 85,6% dos acidentes de trânsito e 75,7% da poluição do ar. “Precisamos investir no transporte público de qualidade. A cidade de São Paulo carece desta mudança”, analisou.
15/06/2011 - Agência Indusnet
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